
No entanto, sendo combustíveis derivados de plantas (o biodiesel, obtido a partir das oleaginosas, e o bioetanol, de cereais, seivas, ervas ou madeira fermentados), estes, não só “ocupam“ terra valiosa que podia ser eventualmente utilizada para cultivo de alimentos, como dão também agora origem à substituição de terreno agrícola por novas “plantações energéticas”. A procura de biocombustíveis veio assim transformar as culturas alimentares tradicionais em culturas “bioenergéticas” entrando alimentos e energia agora em competição pela mesma 'matéria prima', resultando num aumento substancial dos preços dos alimentos, aumento este que gerou já em diversos países uma enorme instabilidade, tendo mesmo originado a queda do governo do Haiti após subida de 50% dos preços dos alimentos básicos.
Com a crise internacional que se instala actualmente, em que os países com menor poder de compra são novamente os mais visados, o relator espacial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, classificou recentemente a produção em massa de biocombustíveis como um crime contra a humanidade.